quarta-feira, 22 de julho de 2009

Prado

Retornei ao meu prado
Para sentir-me gente.
O frenesi da metrópole
Dá-me angústia,
O pôr do sol
E as fases da lua
São incompreensíveis
Sob seus holofotes.
Não há tempo!
Os homens-máquinas
Multiplicam-se entre tarefas infindáveis
E de diversas ordens.
Tudo parece pesado
Esgotado de possibilidades
Aos indivíduos programados.
Sempre semelhantes!
Colecionadores de títulos
Escravos sociais
Bravos atores
Lustram seu cinismo
Chamado cordialidade.
E com frustração, culpa e cansaço
Como último suspiro,
Entregam-se a bandeira de seu time
Dividem-se entre igrejas e sindicatos
Tornam-se devoradores de livros
Especialistas de coisa nenhuma,
E debatem-se com o vazio
Beiram o desespero,
Esquecem de olhar-se, respeitar-se
E permitir-se ser diferente.
Para colher as flores do próprio caminho

E sentir o grande astro voltando-se para si.

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