sexta-feira, 10 de julho de 2009

As dores

As dores do mundo
Fizeram-me parar,
Faltava compreender
O que isso seria.
As dores do mundo
Seria o medo, a fome
A perda, A doença,
A insegurança,
O que chamam de sofrimento?
As dores do mundo
É uma invenção
Uma voz que manipula
Os ávidos por heróis
Os pobres necessitados
De segurança, De família,
De santos, doutrinas,
Políticas.
Causa desconfiança!
As dores do mundo
Podem ser chamadas
De mundo,
E seu constante movimento.
Assusta,
Pois não se curva
É livre.
As dores do mundo
No mundo de dores
Precisa que sejamos capazes
De querer
De produzir
De viver
Com o prazer
De ser quem somos.

3 comentários:

jorginho da hora disse...

Viver com o prazer de ser quem somos é quase tudo.

Mil beijos!

george araújo disse...

são muitas as dores do mundo. inclusive nós!


bjão frô
>>

Carol Araujo disse...

E quando vemos "As dores do mundo" e fazemos invisíveis? A frieza, a revolta, a acomodação. Tenho uma colega que diz: É o sistema!
"Pobre do povo que precisa de heróis." (Bertolt Brecht).
Toda esperança se evai, pq esse herói "Super-Homem", não está lá pra salvar a Terra! E na espera, tudo pode estar perdido.
Adorei a partir desta parte "As dores do mundo / Podem ser chamadas / De mundo, / E seu constante movimento [...]".
Quanta inteligência para transmitir de um jeito nada convencional.
Parei para pensar se as dores são do mundo ou o mundo que é de dores. Até os próximos versos. Mesmo diante de tanta impunidade, ainda existem coisas que não se apresentam doloridas. Pena que se restringe a poucos.