sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ela

A paisagem se revesa
calando fundo no peito.
Cansado da labuta travada
entre si e o mundo.
Esse peito, essa terra
outrora amargurada
Recebe em ramos viçosos
borboletas coloridas.
Na estação ela desce
Com leve sorriso nos lábios.
Havia compreendido mais de si.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Foi por amor

Sim,
Eu disse que te amava.
Porém, tu não querias ser amado.
Foi puro deleite ser a minha paixão.
Não, eu não te iludi
A ti doei os meus melhores sorrisos,
Abraços calorosos,
Beijos ardentes,
Não aproveitaste cada momento?
Pontes da infinitude do carinho
Que senti por ti.
Por que cobra o que és incapaz de dar?
Foi pleno, todavia, há outros mistérios
A nos convidar.
Por que me acusa injustamente?
Esperei-te sem críticas
Aceitei-te com dúvidas
Vivi o nosso desejo.
Guardo de ti o que me deste,
Com o juramento que fiz de ser
Fiel a mim.
Ainda que sofra
Ou que pesem os dias
Mesmo que a solidão chame
Ou haja loucura.
E isso não te ofende, apenas cuido de mim.
Quero que sejas feliz
Feliz como nunca fora em teu viver.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Erros

Houve erros, eu sei.

Mas a perfeição não me atrai.

O cotidiano revestido de tormento silencioso

Trouxe a desistência da eternidade.

A força de uma vontade estranha me devora.

Assusta-me o futuro sem respostas,

O possível é sem porto e sem lágrimas;

Basta? E o amor?

Para o amor não há medida,

Apenas entrega.

Um contínuo estar de pé.

Amores: Intensos, Insanos

Arrastados a sombra do que vive.

São áureas intocadas.

Será isso o amor ou especulação dele?

O que seria o amor?

Só encontro palavras

Em cores tradicionais.

Perguntas sem respostas, nada mais.

Os erros contornam as escolhas

Na paralisia do medo,

No deslize da experiência.