quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Avesso

Permita-me ser triste

Ser inverno na ausência do sorriso
sem ferir a tua fé

Conceda-me a ingênua descrença

O caminho da esquerda na sombra disforme

Deixe-me ir na mutação da noite estrelada

Dê-me silêncio franco ao ver-me domada pelo medo.
Dê-me goles, gotas
Estações, medidas de tempo 

A semente inefável da possível angústia corrói sem germinar

Eu quero, mas não hoje a quietude da tristeza que é finita.