sábado, 30 de abril de 2011

Baile de Outono


Ah! Os dias de outono chegaram.

A estação convida a sobriedade

Da fala e das cores.

O mágico momento do despertar para si,

É um retiro na caverna dos quereres.

Não, não são tristes os dias pouco ensolarados,

Recheados com gotículas de chuva,

Tampouco solitários.

São alimentados pelo olhar atento

Na fala mansa de quem aceitou fazer companhia a si

E estar bem, mesmo sozinho.

Livros vinho e a janela da alma ou da rua,

Ternura, paciência e disposição.

Acordar preguiçosamente para tantos afazeres

Escolhidos para dar sentido.

Dormir pesadamente após o longo dia

De responsabilidades.

Ser gratificado com as folhas secas varridas pelo vento,

O vento que toca também o seu corpo,

Na dança das nuvens pesadas de emoção

Banhar-se na chuva fina ou na torrente do céu

Ah! É outono outra vez.

Recordar com saudade,

Sorri para a vida com a certeza que ela te pertence.

Sim, é outono.

E daqui do meu aconchego escrevo para celebrar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O atalho

O percurso segue outra bússola,

Enquanto a felicidade d’alma resignifica o porquê de tão perto

A beleza desabrochar ao lado da paz, sem abalos.

A larva na veia é a vida em brasa,

Quando da memória não somos mais escravos

Do futuro já não somos pedintes

Do hoje não somos mais que viventes.

A tranquilidade dos acontecimentos aguça

Sentidos emoções.

Ser livre é isso, é ser autêntico.

E o que há de especial?

Especial: porque deveria ser?

Ser especial é aprisionar-se as conveniências

Dilacerando o sentido da vida.

E ser livre é um estado voluntário de solidão.