terça-feira, 14 de outubro de 2008


Pedra

Concentrada diante do rio
Carrego pedras contra a correnteza
Sam saber até quando,
Com olhos marcados pelo tempo
Assustada com a folha varrida pelo vento
Deixo ecoar no silêncio o meu grito mudo
Invocando o que houve de bom.
Sigo solitária,
Sem o toque cego da insanidade alheia
Na desordem dos dias.
Trago a esperança reprimida
Nas vibrações da alma.
Oscilando entre as horas,
Na jornada infinita
Do apodrecer e do florescer
Do passado e do futuro.

sábado, 11 de outubro de 2008


Uma vez

Passos mudos seguem
Sob olhar ansioso
Contendo a lágrima,
Ela é incapaz de mudar
O fatídico curso.
Os lábios
Escondem o sorriso,
E profere as lanças revestidas
De palavras,
Um tremor gélido
Percorre o corpo
Enquanto um
Breve retorno aquece
As lembranças.
É você mais uma vez
Talvez pela última...
A escuridão diz que um dia foi luz
A mente se inquieta
Inconsciente de si.
E algo deve ser dito!
A perfeição é limitada
A liberdade não é livre
A vida não nos pertence
Sabemos o que fazer,
Tu te calas
E me deixa ir.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008


Luta

Cansados
Diante da extravagância
Do combate
Devorados pelo desânimo
Da batalha constante
Tragados pelo medo
Do amanhã
A centelha otimista surge
E logo se esvai
Encontros fortuitos com a felicidade
São insuficientes
Para quem conheceu territórios minados
Famintos pela vida
A espada se ergue
Sobreviventes, até quando?
Sedentos por trégua
Por avistar o campo verde
A desconfiança fiel escudeira
É uma bússola eficaz
Os dias não se alternam
Aqui é a eternidade
Longe dela há um jardim
Um abrigo
Lá é o retorno.