sábado, 4 de julho de 2009

Cinzas

A minha sombra
Perambula a ermo.
Meu inverno se dissipa
Entre passos irrefletidos,
O horizonte em nada mudou.
Percebo com espanto,
A ordem dos acontecimentos
Estática.
A minha solidão é povoada
De fantasmas
De esperanças.
Respiro o ar leve
Estranhamente.
Sinto
As ondulações,
Nada está como antes.
Estou fora do tempo
Mas ele resiste em mim,
Imperfeita
Completa,
Nas cinzas
Ao vento.

2 comentários:

jorginho da hora disse...

É nesses momentos que vc descreve que mais percebemos como é bom ser poeta e poder transformar todos estes sentimentos e momentos em poesia.

Mil beijos!

Carol Araujo disse...

Rosinhaaaa! Eu olho a imagem e olho o verso. Estão tão conectados um ao outro, como a Fênix dentro de cada uma de nós. Mesmo quando a possibilidade de reerguer parece completamente distante, os fortes enxergam a luz no fim do túnel e se traz de volta com a metáfora da vida!
O "inverno se dissipa". Tão pessoais! Tão intensos! E por isso gostoso de ler. Pq percebe-se que é posto pra fora com toda força, mesmo que para isso se quebre. E internaliza em nós a reflexão, invade quase inconscientemente! E nos reflete, mesmo nos sonhos. E pq não nos pesadelos tb? (kkkkkk...)
Nem sempre a estática é tão imutável. Se aparentemente parece, internamente pode ser que não. Estamos em constante processo de amadurecimento. Mesmo quando achamos que estamos prontos, podemos não estar. Há algo novo pra aprender, pra viver, pra provar. É tão mínimo às vezes que nem se percebe. É tão mediato que parece que morreremos ansiosos pela espera. A ditadura da urgência é frustrante!
O tempo resiste em que sentido hein? É nossa história acumulada?
Ameiii o final! Começar "tudo novo, de novo" - já dizia Mário Quintana!

Beijos e fica na paz!