segunda-feira, 29 de março de 2010

Construção

Sufoco minha fala

Meus gestos me condenam,

Meu olhar cinzento amplia cenas.

Espanto-me.

Percebo no outro muito de mim,

Se, és tu e eu sou algo fora de ti

Por que semelhanças?

Habitaste minha terra,

Ilustraste meu espelho?

Cismo perambulo,

Nasce um seco sorriso para o acaso.

Ou será que estava programado

O meu caminho? Chamam-no Destino!

Operária de cada sol e de cada lua

Ergo minha bandeira, protesto.

Faltam-me respostas,

Quando quase afogo-me em palavras.

Meus delírios crescem à medida que busco.

A taça está vazia, só agora percebi.

2 comentários:

Ricardo Dib disse...

Então encha essa taça!

Beijos!

Carol Araujo disse...

Desde meados de abril vc tem acompanhado minha busca em me tornar, digamos, academicamente mais realizada. E essa busca me tem levado a umas conversas cada vez menos vazias. Lembra do caso que te contei da Estação da Lapa, na sexta, à noite? Só faltava a cerveja. Kkkk '
As conversas, ainda que sem ser as opiniões que queremos, nos trazem uma percepção do outro. Esse tipo de percepção, para mim, desde que conheci a Antropologia, como algo em comum ou não, que se pode conceber ou não. Por outro lado, deve ser, no mínimo, ouvido e tentar compreender o pq.
O pq de eu ter certas idéias e não outras é produto do que a mim foi mostrado e que eu permiti ser meu. Por isso converso com quem quer que seja na rua, pois acredito que essa é uma das formas que levaria a pessoa a pensar próximo ao que eu penso. Sendo o certo ou errado, a nossa mente não é estática.
Ontem estava com um amigo no cinema, pra assistir Alice no país das maravilhas. Como a classificação é de 10 anos, então tem vários adolescentes. Ele dizia: odeio adolescentes! - Com algumas exceções, adolescentes se comportam daquele jeito de BUSCA por auto afirmação. Eu fui assim, mas hj não sou mais. Se foi programado ou não, sei lá.
Ainda assim busco, luto, grito, abraço causas que acredito. E uma inquietação tem tomado conta de mim. Sufoca-me! Acho que vou morrer. Tenho ataques de raiva e às vezes de "nem tudo está perdido". Mas como o Ricardo disse aí, repito "Então encha essa taça!".

Fica na paz.