domingo, 3 de janeiro de 2010

Velho ano novo

Felicitar o novo ano

Na despedida do ano velho,

Diante do palco onde

Personagens outros surgem,

Na doce ilusão da mudança,

Quando se tem apenas um ‘se’

Disposto para as situações múltiplas.

A tênue linha da fração de segundos

Separa os ciclos sem tocá-los,

Similares entre si

Recheados de tantos dias,

Com o mesmo tic tac de horas

Que conduz as estações.

Tudo persiste,

O barulho das buzinas

A pobreza a hipocrisia

As alegrias os sentimentos

Qual a magia de ter mais do mesmo?

A estrela surge ao amanhecer

Tal como fora no dia anterior

A permanência segue e

Qualquer desvio depende do andarilho.

2 comentários:

Carol Araujo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol Araujo disse...

Dentro de todos os assuntos que tratamos uma com a outra, este não poderia ficar de fora. "Ano novo, vida nova". Será?
Não creio muito nisso... porque quando eu olho em volta, muita coisa continua a mesma.
Acredito sim, que a mudança independe de do tempo. Estamos em constante processo. Encaro essa coisa de ano novo, vida nova como algo muito abrupto, como se fizessemos uma revolução nas nossas vidas. Para mim, podemos realizar isso a qualquer momento, basta "gás".
Por outro lado, as pessoas são diferentes e aprendo todos os dias (inclusive com vc) a enxergar esse detalhe. Então é preciso sim o Natal para despertar a solidariedade, o dia das mães para uma trégua com elas, das mulheres para lembrar o quanto somos esseciais, o ano novo para dar um empurrão forte no que queremos realizar.
"A tênue linha da fração de segundos Separa os ciclos sem tocá-los" - simplesmente perfeito! Quando eu digo que sua maneira de escrever é excepcional.
Eu tenho notado que vc traz bastante inspiração das estações. Está presente em vários versos que li.
Fica na paz.