quinta-feira, 30 de abril de 2009

O espelho

O espelho reflete uma imagem embaçada
Um estranho?
Não pode ser, é ilusão do cansaço talvez.
Acontece quando se teima em ter confirmações
Da própria aparência.
Previamente aconselhada pela mídia
Mesmo que não se saiba por que ou para quê.
“Há especialistas para quase tudo que se imagina atualmente.”
Mas, não é a aparência o que choca nesse encontro.
O embate matinal é singular,
Pois o olho examina
E ilumina grandes falhas não preenchidas.
Sim, o olho inquire o mais fundo,
Algo desconcertante mostrar-se sem os retoques da maquiagem.
Como esconder-se de si?
Suportar o que és?
Tamanha exposição causa danos
Evidencia a solidão, o medo, o fracasso.
Atuar com o esmero teatral é o fim último de cada dia,
Todo entretenimento possível está presente nessa peça
Para evitar o fatídico encontro consigo.
Os shoppings, shows, cinemas, teatros, livros, internet
Corroboram para que o pão e o circo estejam sempre presentes
Na comoção da euforia capaz de afastar a imagem do espelho.
Com qual finalidade pensar nesse assunto tão escabroso?
Ele não traz fama tampouco dinheiro.
Quando não for mais possível suportar a imagem refletida
Quebra-se o espelho
E compra-se uma imagem que o defina apropriadamente.
Possa ser esse um víeis para tolerar o próprio silêncio,
Uma maneira de aplacar o chip de obediência.
Quem sabe até não és capaz de pensar sozinho?
Com alguns ajustes podem buscar esse tema num chat de bato papo
E não refletir sobre o assunto, mas recorrer a outras opiniões especializadas.

4 comentários:

george araújo disse...

ainda bem q acordamos com os olhos puxadinhos, né!?
hihi
(por isso não confio muito no q vejo logo cedo)



bjão
>>

Hilton disse...

imagem no espelho é a cota menor do atrtito confuso que permanece oculto sob a bruma de nosso pensar.

O poema é bom. O espelho é uma simulação do olhar alheio ao qual o principio de sobrevivência transforma em divindade.

jorginho da hora disse...

Autonomia de raciocínio é o grande problema das pessoas. Todo mundo acha que sabe pensar, Mas O maximo que conseguem nesse sentido é lançar mão de textos de autores classicos, na maioria das vezes, mais preocupados com a plástica dos argumentos que da veracidade ou importancia das idéias. E assim caminha a humanidade!

Carol Araujo disse...

Estava lendo com Tonha. Lendo e interpretando. Admito que as primeiras linhas eu não entendi, mas vc fez um ótimo trabalho. Desta vez, ficou explícito uma espécie de explicação no meio do poema. Achei interessante, diferente. O jogo de aparência foi uma ótima escolha, é atual, é, em parte, geral.
O final, quando se refere ao chat, achei bem legal. Lembra da aula de Documentação que te comentei? Discutimos sobre isso uma semana dessas. Uma sugestão de conduta que faz parte da discussão sobre o que se pensa, o que se expõe e o que realmente é válido.
Parabéns mais uma vez. Adorei o tema e o tipo de abordagem.

Fica na paz.