sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A essência da rosa


Conheci a solidão
Em etapas turbulentas.
Ela surgia do meu lado de penumbra
Sob a luz do sol.
Jamais se despedia
Errante consumia a desordem interna
Indefinível como o vento.
Olhei-a de frente e compreendi
A incapacidade de adentrá-la.
A fatídica certeza de que ela
É parte disto que sou!
Não era abandono
Tampouco falta de amor.
Sou uma essência espinhosa
Composta também de solidão.
O que é a solidão?
De onde vem tudo o que arrasta?
Respostas vazias me deixaram
A espera na estação vazia
Que nada traria de palpável.
O que viria ao meu encontro?
Angústia ao pôr do sol
Expectativas ao acordar.
O espanto diante da vida,
E o morrer um pouco em cada dor.
A vida que se debatia em minhas mãos
Queria emergir e tocar o tempo
Alvo desse querer insano.
Ela era minha,
E para ela não havia lágrimas
Apenas o silêncio de quem permanece.

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