quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Culpa Apontada

A urbanidade dos dias molda a vizinhança.
Buzinas, pedestres cruzam o caminho sem saber do outro.
A vida tal qual o rio, transcorre quase ocultando as suas variações.
Por encanto ou astúcia, Ilude com a primeira imagem.
Entre quimeras e futilidades alguém se reconhece ou repudia
O espelho de outrem.
Na fração desse raio a vida presenteia ou dilacera
No olhar de confronto da caça e do caçador
Onde inexiste a humanidade da lei e a divindade da justiça não tem raiz.
A tensão de estar vivo é percebida no sorriso triunfante,
Remexido em desespero do coração sem eco,
Daquele que se diz reto revestido de inquietações.
São os outros que talham o culpado, a culpa não passa de mera palavra.
A estupidez difere da maldade, a lenha pode talvez virar brasa.
A indulgência duela com a severidade, mas nem por isso desfaz cicatrizes.
No final, do homem só restará cinzas.

3 comentários:

Liane disse...

Do pó ao pó,Rosinha...só nos resta isso...!
Adorei!

Ricardo Dib disse...

Cinzas...

Carol Araujo disse...

Há pessoas que se preocupam tanto com status pouco duradouros.
Nos aproximamos do que nos é semelhante, não sei pra que reclamar tanto.
Sou a favor da revolução, inclusive do espírito! Rs '

Paz sempre!