Depois do sol
Resta um broto de esperança.
Em meio aos escombros,
Há sinais de um lento despertar.
As leituras não saciam
A comida enjoa com seu aroma peculiar
A música embala, mas cessa.
As páginas em branco do diário
Solicitam palavras soltas, e frases
Na composição dos seus adereços.
A voz inquieta questiona-se:
De que serve tatuar-se em papel?
Compartilhar esse qualquer coisa
Capaz de emudecer os dias,
A tentativa insana de traduzir a angústia,
Mostra-se no devaneio escrito.
A trégua sondada pelo não-tempo
A ponte para o estado de entrega
Na infantil brincadeira das letras
Acalenta, enquanto a escuridão noturna
Desfaz-se na luz do luar.