sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por mim!

Olho ao meu redor e penso quanto tempo mais?

Dou graças ao que tantos chamam por distintos nomes Força, Energia, Sopro, Luz, Pai, Criador, Javé, Jeová, Alah, Oxalá, Divino Feminino, mas que aqui e agora prefiro chamar de Deus. Por todo aprendizado, pela construção diária de mim, pelos dias de inverno em que o sofrimento foi o meu balizador, pelos dias primaveris em que o sorriso surgiu espontâneo.

Dou graças aos meus muitos amores.

Dou graças por ter sido criança e por hoje ser mulher.

Dou graças à solidão de ser eu.

Dou graças pela insistência contra a fadiga do físico e da alma que fraqueja, quando as forças parecem esgotadas. Bendita seja a teimosia de tentar algo mais!

Dou graças por sentir com mansidão, por celebrar com brilho nos olhos, por saber chorar e exibir a tristeza. Pois nisso não há grandeza ou humilhação. Alegria e tristeza são estados momentâneos, ocupantes do espaço que lhes permito, com o valor que eu lhes concedo em minha vida.

Dou graças por ter conhecido amorosidade nas pessoas, por não ter cedido diante da ira.

Dou graças ao rememorar as pedras, as flores principalmente as rosas, os sins e os nãos escutados.

Permito-me agraciar Narciso sem escravizar-me pelo lago. Busco a elasticidade do bambu que apenas enverga. Neste ponto da jornada onde a poeira do passado é levada pelo vento e a neblina do futuro nega a visão do que será, percebo o corte, no tão bem trabalhado véu de Maia. E o que isto significa? Não sei dizer, nem penso que devo saber, o viver pode vir em pequenas doses, não é possível determiná-lo.

A luz deste lindo dia celebra com a natureza o cumprimento de mais um ciclo, o fim e o início de uma etapa - a minha primavera. E por isso lhe sorrio parabenizando-me pelo símbolo deste número e porque só eu sei o quanto caminhei, só eu sei tudo que pude ver e sentir.

Dou graças à vida e ao indizível viver.

Rosangela Figueredo.

03 de junho de 2011.

5 comentários:

Cláudio Alexandre disse...

Achei muito bom o texto.
Continue assim, parabéns!
Aproveito pra seguir-te!

Loriana disse...

Muito bom! Maduro, sereno e acima de tudo lindo. Parabéns.

Carol Araujo disse...

No começo deste eu lembrei de um filme (musical) onde a atriz começava a música falando: onde estive toda a minha vida? Como se quisesse dar a entender que se encontrou finalmente. Hehehehe... achei bacana. E mais uma vez, eis vc, minha Rosa linda! Com esse dom de fazer bem através das palavras, dentre todas as outras formas que enxergo em ti. Ainda assim, sei que existe mais!
É verdade. Nós somos momentos e nos cabe saber o que nos interessa potencializar mais.
Ameeeei: "[...] o viver pode vir em pequenas doses, não é possível determiná-lo." Um dia confundi isso e atropelei. Não que eu tenha aprendido com perfeição, mas me permito esperar.
Rosinha, sua linda! Que as próximas primaveras manifestem esse constante e acelerado crescimento da delícia de ser vc. Mais uma vez obrigada, pela permissão de fazer parte (:
Parabéns pelos 50! Muitos outros virão. E lhe parabenizarei mais ainda por esta beleza que transborda em ti.

Muita paz. Força sempre. Beijinhos.

Tathiane Galdino disse...

Adorei o seu blog, seus textos são carregados de muita emoção e sinceridade. Assim que puder visite também o meu blog de poesias.

Um abraço!

Um brasileiro disse...

oi. tudo blz? etivepor aqui e gostei do que vi. muit legal e intereante. preça por la. abraços.